Diante desses números, é evidente que a principal causa do desequilíbrio fiscal no Brasil é de ordem financeira, sendo crucial uma redução nos gastos com o pagamento de juros da dívida. No entanto, essa questão tem sido negligenciada no debate sobre ajuste fiscal, que geralmente se concentra na redução de despesas obrigatórias como previdência e salários de servidores públicos. Somente em 2023, com a introdução do Novo Arcabouço Fiscal pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governo passou a enfatizar as receitas tributárias perdidas devido a isenções tributárias sem sentido econômico.
Além disso, o presidente Lula tem destacado a resistência da inflação às taxas de juros, questionando a necessidade de um novo ciclo de elevação da Selic. Segundo ele, as decisões sobre a taxa básica de juros são influenciadas por vieses cognitivos e de interesse, podendo até refletir os interesses particulares de alguns setores em detrimento da sociedade.
Portanto, é urgente uma reforma monetária que elimine os mecanismos de indexação de contratos na economia brasileira, garantindo uma política monetária mais eficaz. Além disso, é necessário revisar a meta de inflação atualmente vigente, considerando a realidade do país e os desafios futuros, como as mudanças climáticas. Enfrentar o problema dos juros elevados é essencial para o desenvolvimento econômico do Brasil e para garantir um futuro mais próspero para todos os brasileiros.