No entanto, a reação dos familiares das vítimas e dos prefeitos da região afetada foi de descontentamento, considerando o valor do acordo como insuficiente diante dos estragos causados. José Roberto Gariff Guimarães, prefeito de São José do Goiabal (MG), expressou sua decepção com o montante, afirmando que precisam analisar com mais profundidade o texto do acordo.
Por outro lado, o Movimento dos Atingidos por Barragens, que representa alguns familiares das vítimas, reconheceu avanços no acordo, embora enfatize que ainda há insuficiências a serem consideradas. A entidade ressaltou a importância da luta popular na obtenção de uma proposta superior à anteriormente apresentada em 2022.
O acordo, que começou a ser negociado em 2021 durante o governo de Jair Bolsonaro e foi finalizado na gestão de Lula, teve um entrave em 2022 devido a discordâncias entre as mineradoras e os governos estaduais de Minas Gerais e Espírito Santo, interrompendo as negociações na época. A ação movida na Corte Britânica por familiares das vítimas, que está em curso e deve se estender até 2025, visa definir as responsabilidades da empresa BHP Billiton e da Vale, sócias da Samarco, na tragédia de Mariana e determinar indenizações justas.
Para o escritório londrino Pogust Goodhead, responsável pelo processo na Inglaterra, o acordo assinado revela uma reação das mineradoras após nove anos de negligência, porém, os valores acordados estão aquém dos prejuízos sofridos pelas vítimas. Assim, a luta por justiça e reparações integrais continua, sem duplicidade de indenizações e com o objetivo de buscar ressarcimentos que não estão contemplados no acordo nacional.