Em nota, o ministério das Relações Exteriores venezuelano afirmou que a decisão foi vista como uma agressão e uma atitude imoral por parte da diplomacia brasileira, mantendo assim o posicionamento contrário à Revolução Bolivariana liderada pelo comandante Hugo Chávez.
O Brasil, juntamente com os outros membros do Brics, acordou em convidar 13 países para participarem da organização como membros associados. Neste contexto, Cuba e Bolívia foram os países selecionados na América Latina, enquanto Nigéria, Turquia, Malásia e Indonésia também foram considerados de acordo com os critérios estabelecidos.
A relação entre Brasil e Venezuela tem sido tensa desde a reeleição do presidente Nicolás Maduro em julho deste ano, uma eleição contestada por opositores, organismos internacionais e alguns países, incluindo o Brasil, devido à falta de transparência nos dados eleitorais.
Maduro expressou interesse em ingressar no Brics e participou da 16ª cúpula realizada na Rússia, onde se encontrou com o presidente Vladmir Putin. O líder russo afirmou que respeita a posição do Brasil em relação à situação na Venezuela, mesmo que não concorde com ela.
O Itamaraty esclareceu que sua postura em relação à Venezuela não tem a intenção de favorecer um país em detrimento de outro, mas sim de seguir critérios específicos, como defesa da reforma da ONU e boas relações com todos os membros do Brics. A atitude do Brasil foi considerada coerente pela coordenadora do grupo de pesquisa sobre Brics da PUC do Rio de Janeiro, professora Maria Elena Rodríguez.
A relação entre Brasil e Venezuela, assim como a situação com a Nicarágua, outro país interessado em ingressar no Brics, não está amigável no momento, o que justifica a decisão brasileira. A expulsão dos embaixadores do Brasil e da Nicarágua em agosto deste ano também foi citada como um reflexo das tensões entre os governos.