De acordo com os dados levantados, entre as famílias que têm adolescentes de até 16 anos matriculados em escolas, 62% são favoráveis à proibição dos celulares, enquanto esse índice sobe para 65% entre aquelas que possuem filhos de até 12 anos. Essas estatísticas refletem a percepção das famílias em relação aos possíveis prejuízos que o uso excessivo de celulares pode trazer à concentração e ao aprendizado dos jovens.
No entanto, mesmo com o apoio popular, a proibição dos celulares nas escolas pode revelar uma visão contraditória em relação às tecnologias digitais pela sociedade. Enquanto muitos reconhecem os potenciais danos à concentração, outros parecem não compreender totalmente o papel da escola na inclusão digital e na educação midiática dos alunos.
A recomendação da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) aponta para a utilização dos celulares de forma pedagógica nas escolas, favorecendo assim a aprendizagem dos estudantes. Alguns estudos citados no relatório da organização mostraram que a remoção dos celulares das escolas em países como Bélgica, Espanha e Reino Unido resultou em melhorias nos resultados de aprendizagem, especialmente para os alunos com desempenho inferior.
É importante ressaltar que a discussão sobre a proibição dos celulares nas escolas não deve ser vista isoladamente, mas sim como parte de um debate maior sobre a educação digital e o papel das famílias na formação dos jovens. É essencial que haja um esforço conjunto entre escola e família para promover uma relação saudável e responsável dos alunos com os dispositivos digitais, tanto no ambiente escolar quanto no doméstico. A conscientização e o diálogo são fundamentais para encontrar um equilíbrio nesse cenário cada vez mais tecnológico.