Francilene contou a história do desaparecimento de seu irmão, Paulo Alexandre, após uma abordagem policial em São Paulo. Esta triste história não era única na família, que já havia perdido a filha Juliana em um assassinato não esclarecido nos anos 1990. O impacto dessas tragédias na vida de Francilene a levou a interromper a faculdade, mas ela encontrou apoio no Mães de Maio e decidiu fazer sua pesquisa de conclusão sobre violência policial.
Mesmo enfrentando um câncer, Francilene concluiu seu mestrado e posteriormente seu doutorado em serviço social na PUC-SP. Ela se tornou uma figura importante no movimento, contribuindo com pesquisas e lançando um livro em prol da luta contra a violência policial. Infelizmente, em setembro de 2021, Francilene faleceu aos 44 anos, deixando sua família e amigos em luto.
Seu legado de resistência e luta contra a violência policial continua a inspirar aqueles que a conheceram. Sua dedicação e coragem são lembradas por todos que tiveram o privilégio de cruzar seu caminho. Seu exemplo de transformar a dor em luta é um testemunho poderoso do impacto que as mães e familiares de vítimas da violência policial têm na luta por justiça e dignidade.
O Movimento Mães de Maio segue firme em sua missão, honrando a memória de Francilene e de todas as vítimas da violência policial. Suas ações e pesquisas ajudam a dar visibilidade a um tema que muitas vezes é negligenciado, trazendo luz para os desaparecimentos e injustiças que ainda persistem em nossa sociedade.