Operações do Ibama destroem mais de 200 escavadeiras em região de garimpo ilegal na fronteira com a Bolívia, resultando em prejuízo de R$300 milhões.

Na região de fronteira do Brasil com a Bolívia, as operações contra o garimpo ilegal estão se intensificando, com agentes do Ibama destruindo equipamentos e enfrentando milícias e o crime organizado. A terra indígena Sararé, habitada pelo povo Nambikwara, tem sido alvo dessas ações, resultando na destruição de 215 máquinas escavadeiras, 30 veículos, armas de fogo e outros equipamentos utilizados pelos garimpeiros ilegais.

De acordo com informações obtidas pela imprensa, o prejuízo total dos garimpeiros foi estimado em R$ 300 milhões durante o período de janeiro de 2023 a outubro de 2024. Mesmo com as ações do Ibama, estima-se que cerca de 2.000 garimpeiros ainda operem dentro do território demarcado, o que configura uma atividade ilegal.

O ambiente de conflito na região envolve não apenas garimpeiros, mas também milícias e membros do Comando Vermelho, que controlam o tráfico de drogas e de ouro ilegal na área. As operações de fiscalização contaram com apoio de diversas instituições, como a Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública e Fundação Nacional dos Povos Indígenas.

Em entrevista, o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Jair Schmitt, destacou o aumento da exploração mineral irregular na região, principalmente devido à permissividade do governo anterior em relação ao garimpo ilegal. As ações de fiscalização continuam sendo intensificadas, com o objetivo de combater essa prática ilegal e preservar a terra indígena Sararé, que foi demarcada em 1985, mas enfrenta constantes invasões para extração de ouro.

O Ibama já realizou 11 operações de fiscalização ambiental na região desde 2023, mas alertas recentes apontam para um aumento significativo da atividade de garimpo ilegal. Em um confronto ocorrido no final de setembro, cinco garimpeiros morreram em troca de tiros com os agentes de fiscalização durante uma ação na terra indígena Sararé. Esses episódios evidenciam a gravidade e a complexidade da situação na região de fronteira, que ainda demanda atenção e esforços significativos para combater o garimpo ilegal e proteger as terras indígenas.

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