Apesar das ações de combate realizadas, estima-se que ainda cerca de 2.000 garimpeiros atuem ilegalmente dentro da terra indígena demarcada, localizada nos municípios de Pontes e Lacerda, Vila Bela da Santíssima Trindade e Comodoro, em Mato Grosso. As autoridades apontam a presença de milícias e membros do Comando Vermelho, que compartilham o controle do tráfico de drogas e do ouro ilegal nessa região de fronteira com a Bolívia.
As operações de fiscalização resultaram não apenas na destruição de equipamentos utilizados no garimpo ilegal, mas também na apreensão de armas de fogo, indicando a presença de facções criminosas e milícias envolvidas nessa atividade ilícita. O Ibama, em conjunto com outros órgãos como a Polícia Rodoviária Federal, a Força Nacional de Segurança Pública e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas, intensificou suas operações, capturando 100 das 215 escavadeiras destruídas somente este ano.
O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Jair Schmitt, ressaltou a intensificação do garimpo ilegal nos últimos anos devido à permissividade do governo anterior. A região da terra indígena Sararé, demarcada em 1985, tem sido alvo constante de invasões para a exploração do ouro, culminando em um recorde de alertas de garimpo identificados este ano. Um confronto recente, que resultou em cinco garimpeiros mortos durante uma ação de combate ao garimpo ilegal, evidencia a gravidade da situação e a necessidade de medidas mais enérgicas para conter essa prática ilegal e prejudicial ao meio ambiente e às comunidades indígenas.