Preparação para a COP30 é tema de artistas e eleitores em Belém, enquanto candidatos focam em problemas estruturais da cidade.

A cidade de Belém, no Pará, está se preparando para sediar a COP30, a conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, que acontecerá em novembro de 2025. Com investimentos altos, estimados em torno de R$ 4 bilhões, entre recursos do governo federal e acordos tributários com empresas como a mineradora Vale, a capital paraense se prepara para receber um evento de grande relevância internacional.

No entanto, para a população local, a COP ainda é um assunto distante e desconhecido. Gilvane Souza, uma faxineira moradora do bairro de Guamá, na periferia da cidade, recentemente descobriu a sigla COP enquanto trabalhava em um hotel utilizado para reuniões preparatórias do evento. Ela admitiu não compreender completamente o significado do evento, mas reconheceu a importância que ele terá para a cidade.

A campanha eleitoral em Belém, que coincide com a proximidade da COP30, não tem dado destaque ao evento. Os candidatos focam em questões locais, como coleta de lixo e infraestrutura, em vez de discutir as possíveis contribuições da cidade para os desafios das mudanças climáticas.

O segundo turno da eleição municipal será disputado entre Éder Mauro (PL) e Igor Normando (MDB), candidatos que representam lados opostos da polarização política do país. Normando lidera as pesquisas e tem apoio do ex-presidente Lula, enquanto Mauro é alinhado ao bolsonarismo. A eleição em Belém é vista como estratégica não apenas para o município, mas também para o governo federal, que precisa de um aliado na prefeitura para garantir uma organização tranquila da COP30.

A falta de propostas concretas sobre mudanças climáticas durante a campanha eleitoral para a prefeitura de Belém reflete a distância da população com a temática da COP30. A cidade, que poderia se destacar com políticas ambientais inovadoras, até o momento priorizou questões de infraestrutura em detrimento de propostas sustentáveis. A eleição em Belém se torna, assim, um reflexo da falta de engajamento real em enfrentar os desafios ambientais que se apresentam.

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