Durante a audiência virtual, Chiquinho Brazão alegou que nunca esteve junto com Lessa e que as acusações feitas por ele não têm fundamento. O deputado classificou o crime como uma “maldade” e elogiou a vereadora Marielle, descrevendo-a como respeitosa, carinhosa e afável.
Questionado sobre o motivo de ter sido acusado por Lessa, Chiquinho Brazão afirmou que o ex-PM estaria protegendo outra pessoa, mas não mencionou quem seria essa pessoa. Durante as audiências, as defesas exploraram as suspeitas da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre o ex-vereador Cristiano Girão como possível envolvimento no caso.
Chiquinho e seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do TCE-RJ, são acusados de encomendar a morte de Marielle Franco. O delegado Rivaldo Barbosa e outros dois policiais militares também são acusados de envolvimento no crime. Segundo a Procuradoria-Geral da República, o crime foi motivado por divergências políticas entre os irmãos Brazão e o PSOL.
A delação de Ronnie Lessa foi crucial para acusar os cinco réus, apesar de trechos do relato não terem sido corroborados por provas. Chiquinho negou ter tido qualquer contato próximo com Lessa, mas confirmou ter tido contato com o ex-PM Edmilson de Oliveira, conhecido como Macalé, apontado como intermediário na contratação do assassinato.
Chiquinho também negou se recordar do encontro com Lessa em um ponto de encontro de criadores de pássaros nos anos 2000, onde Macalé teria sido o ponto de contato dos dois. O deputado enfatizou que mantinha uma boa relação com toda a bancada de esquerda da Câmara Municipal do Rio de Janeiro e que sua relação com Marielle era amigável, frequentemente batendo papo com a vereadora.