Segundo especialistas entrevistados pela Folha, a decisão de enterrar os fios elétricos envolve um alto custo e dificuldades logísticas. O engenheiro Juliano Gonçalves destacou que a realização de um projeto desse porte exige uma operação complexa, que pode durar anos, como foi o caso da obra realizada entre 2003 e 2006 em trechos das avenidas Nove de Julho, Rebouças, Faria Lima, Cidade Jardim e da rua Oscar Freire.
Para tornar realidade a rede subterrânea, seria necessário um investimento significativo, estimado em R$ 20 bilhões apenas para a região central de São Paulo. A questão do financiamento também é um obstáculo a ser superado, uma vez que o repasse do custo às distribuidoras afetaria todos os consumidores da área de concessão, mesmo que o benefício seja para poucos.
Diante dessa realidade, especialistas apontam que a modernização da rede atual, com investimentos em automação, digitalização e monitoramento eletrônico, pode ser uma alternativa viável para minimizar as interrupções no fornecimento de energia. A instalação de chaves automáticas de manobra e o monitoramento remoto da rede são medidas que podem contribuir para melhorar a qualidade do serviço.
Além disso, a integração entre órgãos públicos e as empresas para a gestão arbórea na cidade, com a realização de podas e substituição planejada de árvores, também é apontada como uma estratégia importante para reduzir os riscos de acidentes, especialmente em situações de temporais frequentes. Ainda, a ampliação das equipes de trabalho por parte das empresas de energia é uma medida que está sendo adotada e que pode contribuir para a melhoria da rede de distribuição elétrica em São Paulo.
