Cirurgião plástico é indiciado por lesão corporal gravíssima em paciente após procedimento estético em Florianópolis, Santa Catarina.

A Polícia Civil de Santa Catarina indiciou na segunda-feira (14) um cirurgião plástico em Florianópolis por suspeita de lesão corporal gravíssima contra uma paciente. O médico Marcelo Evandro dos Santos está sendo investigado também pelo Ministério Público do estado.

A denúncia partiu de uma paciente, a neuropsicopedagoga Letícia Mello, que relatou ter sofrido queimaduras, bolhas, necrose e perda de tecido após um procedimento estético realizado pelo cirurgião. De acordo com o relato de Letícia, ela passou por 12 cirurgias no mesmo dia, totalizando quase 10 horas de procedimentos no centro cirúrgico, o que resultou em complicações graves que a levaram a permanecer 11 dias na UTI.

Após a cirurgia, Letícia foi transferida para outro hospital sob os cuidados do médico e ficou internada por mais 20 dias, período em que ela relatou sentir seu corpo queimar, arder e desenvolver bolhas. Como consequência, Letícia teve aproximadamente 30% do corpo queimado e perdeu as duas mamas.

A paciente procurou inicialmente o médico para trocar as próteses de silicone, mas foi convencida a realizar outros procedimentos, como LipoLED, enxerto nos glúteos e retirada de gordura das costas, sem ter sido informada corretamente sobre os riscos envolvidos. Após deixar o hospital em abril, Letícia fez uma denúncia na Delegacia Geral da Polícia Civil, resultando na conclusão do inquérito na segunda-feira (14), que foi encaminhado à Justiça.

Por sua vez, o Ministério Público abriu uma investigação para verificar a legalidade das cirurgias plásticas conhecidas como “X-Tudo”, realizadas pelo médico Marcelo Evandro, em que vários procedimentos são feitos em diferentes partes do corpo ao mesmo tempo. A Promotoria questiona se tais práticas são permitidas e fiscalizadas pelo Conselho Regional de Medicina.

O promotor de Justiça Wilson Paulo Mendonça Neto ressaltou a importância de esclarecer os pacientes sobre os riscos envolvidos nos procedimentos cirúrgicos e a possibilidade de falsas promessas de resultados satisfatórios. O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina também está apurando a conduta do médico em uma sindicância, porém não se pronunciou sobre os processos em andamento.

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