STF finaliza acordo com governo para fornecimento de medicamentos de alto custo em casos judiciais na saúde pública.

O Supremo Tribunal Federal (STF) anunciou a conclusão do acordo estabelecido com o governo federal, estados e municípios para regulamentar o fornecimento de medicamentos de alto custo. Essa medida visa definir os parâmetros para a judicialização da saúde, especialmente em relação aos medicamentos não incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS), mas que já possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com o acordo, as ações judiciais relacionadas a pedidos de medicamentos com valor anual igual ou superior a 210 salários mínimos devem tramitar na Justiça Federal, com a responsabilidade de pagamento ficando a cargo da União. Já nos casos em que o custo anual do medicamento esteja entre sete e 210 salários mínimos, os processos serão julgados pela Justiça Estadual, com a União reembolsando 65% das despesas dos estados e municípios. No caso de medicamentos oncológicos, o reembolso será de 80%.

Além disso, está prevista a criação de uma plataforma nacional para centralizar todas as demandas judiciais relacionadas a medicamentos, facilitando a análise dos processos. A cerimônia de conclusão do acordo foi realizada pelo STF, com a presença do presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, e da ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Para Barroso, o acordo representa um avanço na racionalização do sistema judicial da saúde, sendo uma medida importante para lidar com a judicialização da saúde no Brasil. Já Nísia Trindade destacou que o acordo é um marco para a saúde pública do país, enfatizando a importância de aplicar o direito constitucional à saúde de forma sustentável para beneficiar toda a população.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, ressaltou que o acordo permitirá combater a litigância predatória na área da saúde e promover a pacificação do tema entre os entes federativos. Com o estabelecimento de critérios claros de responsabilidade para a concessão judicial de medicamentos e insumos de saúde, o acordo busca garantir uma divisão equitativa de responsabilidades entre União, estados e municípios no âmbito do SUS.

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