A LepVax, candidata a ser a primeira vacina contra a hanseníase, foi desenvolvida pelo Access to Advanced Health Institute (AAHI), um instituto de pesquisa americano sem fins lucrativos. Utilizando tecnologia de subunidade proteica avançada, a vacina apresentou resultados promissores nos testes pré-clínicos contra a bactéria Mycobacterium leprae, responsável pela doença.
Antes de chegar à fase de estudos em humanos no Brasil, que contará com 54 voluntários, a vacina passou por testes de segurança em 24 pessoas saudáveis nos Estados Unidos. Os resultados demonstraram a segurança da vacina, sem ocorrência de eventos adversos graves, além de estimular uma resposta imunológica.
Com a realização do teste no país, os pesquisadores terão a oportunidade de observar os efeitos da LepVax em um ambiente com transmissão de hanseníase. O Brasil concentra a maioria dos casos da doença no continente americano e é o segundo país do mundo com mais notificações, ficando atrás apenas da Índia.
A chefe do Laboratório de Hanseníase do IOC/Fiocruz, Roberta Olmo, ressaltou a importância do ensaio clínico da LepVax, destacando os anos de trabalho pioneiro que permitiram ao instituto conquistar reconhecimento nacional e internacional. Segundo ela, a vacina pode ser fundamental para alcançar as metas de controle da doença e contribuir para sua eliminação como um problema de saúde pública.
O Instituto Oswaldo Cruz será responsável por avaliar a segurança e a imunogenicidade da vacina, bem como investigar o uso de duas formulações diferentes, com baixa e alta dose de antígeno. Os participantes receberão três doses da aplicação correspondente ao seu grupo e serão acompanhados por um ano.
O projeto da LepVax é financiado pela American Leprosy Missions (ALM), dos Estados Unidos, e conta com apoio do Ministério da Saúde e do fundo japonês Global Health Innovative Technology Fund (GHIT Fund). A Fundação de Saúde Sasakawa, do Japão, é parceira da pesquisa, tornando esse estudo internacional e promissor para a luta contra a hanseníase.