Ministro da Fazenda coloca em dúvida envio de reforma do IR ao Congresso e fala sobre projeção do PIB

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, levantou dúvidas em relação ao envio de uma proposta de reforma do Imposto de Renda ao Congresso Nacional até o final deste ano. Durante sua participação no evento Macro Day, do Itaú BBA, Haddad destacou a necessidade de assegurar que a reforma do IR seja neutra em termos de alíquota, enfatizando que os estudos sobre o tema demandam mais tempo e não podem ser concluídos em algumas semanas.

Além disso, o ministro sugeriu que o governo poderá revisar mais uma vez a projeção para o crescimento do PIB de 2024, que já havia sido aumentada de 2,3% para 3,2% em setembro. Haddad mencionou a possibilidade de ajustar novamente a previsão do PIB devido a fatores como a inflação dentro da meta, apesar dos choques recentes, como a escassez de água e o desastre no Rio Grande do Sul.

Durante o evento, Haddad também criticou a taxa real de remuneração de investidores que aplicam nos títulos da dívida pública brasileira, considerando-a irracional. Ele ressaltou que o país possui um déficit fiscal menor e uma inflação controlada, o que, na sua visão, não justifica a taxa de remuneração vigente.

No entanto, o ministro afirmou que as compensações oferecidas pelo Senado para a desoneração da folha de empresas não serão suficientes para atender à decisão do STF, gerando a necessidade de debater o assunto com o Congresso até o fim do ano. Haddad expressou confiança de que o país poderá ter “boas surpresas” a partir do próximo ano e alcançar o grau de investimento, desde que mantenha uma arquitetura fiscal sólida.

Em suma, as declarações do ministro Haddad colocam em destaque a complexidade dos desafios econômicos enfrentados pelo Brasil e a importância de medidas estruturais para garantir um crescimento sustentável e equilibrado.

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