Apagão em São Paulo: mais de 2 milhões de residências afetadas e Enel sob pressão para explicar a crise

O apagão que atingiu mais de 2 milhões de residências em São Paulo completou dois dias neste domingo (13), deixando 699 mil imóveis sem luz. Após receber críticas por falta de ação na crise, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que vai intimar a Enel, responsável pela distribuição de energia na Grande São Paulo, para explicar os problemas, podendo resultar no rompimento do contrato com a empresa italiana.

A Enel teve uma resposta considerada abaixo do esperado pela Aneel, que ainda não tem um prazo definido para restabelecer completamente o fornecimento de energia aos consumidores afetados na cidade de São Paulo e região metropolitana. A agência federal e a Arsesp se reuniram com empresas distribuidoras de energia, como Enel São Paulo, Neoenergia Elektro e outras, para discutir a situação.

A demora da Enel para colocar 2.500 agentes em campo para restabelecer o serviço levou a críticas, já que até o momento há apenas 1.700 agentes em campo. O diretor-presidente da Enel se comprometeu a completar o contingente nesta segunda-feira (14). A Aneel considerou a resposta da empresa não tão eficiente quanto o esperado, levando mais tempo do que em eventos passados para retomar o serviço.

A situação gerou atrito político, com trocas de acusações entre autoridades federais e municipais. O prefeito Ricardo Nunes e o governador Tarcísio de Freitas criticaram a condução federal da crise, enquanto o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, convocou a Aneel a apresentar um plano de contingência para São Paulo. A Enel também é alvo de críticas por parte de Guilherme Boulos e Ronaldo Bolsonaro.

Diante da situação, o Procon-SP notificará a Enel para explicar a demora na volta da energia. A empresa informou que está mobilizando técnicos de outras regiões do Brasil para resolver o problema. A Aneel estima que 2,6 milhões de consumidores foram afetados, com 2,1 milhões localizados na área de concessão da Enel. A concessionária afirmou que a energia foi restabelecida para 1,4 milhão de clientes, mas quase 700 mil ainda continuam sem luz, sem previsão de retorno.

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