A descoberta dos restos de Fitzjames é apenas mais um capítulo na história fascinante desta expedição trágica. Os artefatos e restos mortais da expedição estão espalhados pela ilha do Rei Guilherme e pela península de Adelaide, no Canadá, despertando um renovado interesse nos eventos que se desenrolaram no Ártico há quase dois séculos. O arqueólogo Douglas Stenton, da Universidade de Waterloo, que liderou a equipe responsável pela identificação de Fitzjames, destacou a importância dessas descobertas para o entendimento deste capítulo sombrio da história da exploração marítima.
A expedição de Franklin ficou marcada não só pela sua trágica conclusão, mas também pelos relatos de canibalismo entre os sobreviventes. A descoberta dos restos mortais de Fitzjames, que apresentavam sinais de desmembramento pós-morte, reforça a teoria de que o consumo de carne humana foi uma realidade brutal enfrentada pela tripulação nos momentos finais da expedição. Esses eventos sombrios capturaram a imaginação do século 19 e continuam a despertar interesse e debates entre os estudiosos até os dias atuais.
O mistério em torno da expedição Franklin, incluindo as causas exatas de sua ruína, permanece sem uma resposta definitiva. Diversas teorias foram propostas ao longo dos anos, desde a triquinose até o envenenamento por chumbo, mas o que realmente aconteceu com os homens que partiram em busca da Passagem Noroeste continua a intrigar pesquisadores e entusiastas da história.
A história da expedição Franklin foi imortalizada em obras de ficção e adaptações para a televisão, como o romance “O Terror” de Dan Simmons e a minissérie produzida pela AMC. No entanto, a descoberta dos restos mortais de Fitzjames traz à tona a realidade cruel e trágica vivida pelos exploradores há mais de um século. O legado desses homens corajosos e aventureiros perdura até os dias de hoje, relembrando-nos dos perigos e da grandiosidade das explorações marítimas do passado.