Durante a semana, todas as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) subiram em relação aos níveis da sexta-feira anterior, com destaque para os vencimentos longos. A taxa do DI para janeiro de 2026 encerrou em 12,61%, enquanto a do DI para janeiro de 2027 subiu para 12,77% e a do DI para janeiro de 2029 terminou em 12,75%.
O mercado já estava precificando um ciclo de aumento da taxa Selic que poderia levar a uma marca de 13%, mas a ponta longa das taxas subiu ainda mais ao longo da semana, refletindo o pessimismo em relação às medidas fiscais do governo. O debate sobre a elevação da faixa de isenção do IRPF para R$ 5 mil ganhou destaque com as declarações de Lula, que defendeu isenções ainda maiores no futuro, bem como mais gastos em programas como o Minha Casa, Minha Vida, e a compra de novas aeronaves para o governo.
Os economistas apontam que o aumento dos prêmios de risco reflete a percepção de que o governo estará cada vez mais propenso a alterar as regras. Além disso, a incerteza quanto às contrapartidas das medidas fiscais gera preocupações no mercado, que projeta uma Selic terminal próxima de 13,5% e um cenário de mais inflação e menos crescimento no futuro próximo.
Diante desse contexto, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) acabou ficando em segundo plano no radar dos investidores. A queda de 0,4% em agosto ante julho, contrariando expectativas de alta, foi impactada pela revisão da série feita pelo IBGE, que incorporou dados atualizados de uma empresa do setor de publicidade.
Assim, o mercado segue atento às movimentações do governo e aos reflexos dessas medidas na economia brasileira, mantendo um cenário de incertezas e volatilidade nos mercados.