De acordo com o deputado entrevistado, o glifosato é normalmente comercializado em fórmulas que contêm outros produtos químicos, como fertilizantes nitrogenados, com o intuito de aumentar a eficiência do controle de plantas daninhas. Estes adjuvantes, no entanto, também aumentam o nível de periculosidade do glifosato. O problema é que, nos estudos científicos realizados até o momento, esses adjuvantes não foram devidamente analisados, o que gera incertezas quanto aos impactos à saúde humana e ao meio ambiente.
Diante disso, o deputado defende uma posição equilibrada por parte da Comissão Europeia, que poderia reautorizar o uso do glifosato, mas com condições rigorosas e por um período menor do que os 10 anos propostos. Ele enfatiza que a proposta apresentada pela Comissão é absolutamente inaceitável no formato atual.
Além disso, a Comissão propõe algumas restrições, como a proibição de tratar as bordas das áreas cultivadas. No entanto, cada país terá a liberdade de impor suas próprias condições. A França, por exemplo, se opõe a essa versão, defendendo a eliminação gradual do glifosato em situações em que existam alternativas para os agricultores.
Apesar das preocupações com a saúde e o meio ambiente, o glifosato ainda é amplamente utilizado no mundo agrícola. Somente na França, foram vendidas 8.600 toneladas do herbicida em 2020. Diante desse contexto, é fundamental que sejam tomadas medidas que garantam a proteção da saúde humana e do meio ambiente, ao mesmo tempo em que levem em consideração as necessidades dos agricultores. Uma reautorização do uso do glifosato, com condições rigorosas e por um período menor, pode ser uma solução equilibrada, desde que sejam realizados estudos mais aprofundados sobre os efeitos dos adjuvantes presentes nas fórmulas comerciais.