A partir dos anos 1960, o centro de São Paulo passou a adotar um calçamento peculiar, feito de pedras portuguesas com um mapa estilizado do estado. Esse projeto, idealizado pelo prefeito José Vicente Faria Lima, buscava criar uma marca visual única para a cidade. A artista plástica Mirthes Bernardes foi a responsável por conceber esse desenho inovador, que se tornou uma parte icônica do centro de São Paulo por décadas.
No entanto, com o passar do tempo, as calçadas paulistanas passaram por mudanças. Atualmente, a tendência é utilizar concreto com faixas de acessibilidade para deficientes visuais, em vez das tradicionais pedras portuguesas. Essa mudança reflete a busca por funcionalidade e praticidade, em detrimento do valor estético e cultural das calçadas.
Apesar disso, ainda é possível encontrar vestígios do antigo calçamento de pedra portuguesa em alguns pontos da cidade, como na avenida São Luís e no viaduto Nove de Julho. Além disso, existem também calçadas interessantes, como a da Casa das Rosas e do Conjunto Nacional, que mostram a diversidade e a criatividade no design urbano.
O ativismo urbano, representado pelo projeto “Calçada SP”, busca chamar a atenção para a importância histórica e cultural das calçadas. Segundo Wans Spiess, que lidera o projeto, a responsabilidade pela conservação das calçadas pode variar de acordo com a localização e o tipo de via. A Prefeitura muitas vezes assume a responsabilidade pela instalação e manutenção das calçadas em áreas de grande movimento, como o centro da cidade.
Em suma, as calçadas de São Paulo são mais do que simples locais de passagem. Elas representam a história, a cultura e a identidade da cidade, refletindo as transformações urbanas e estéticas ao longo do tempo. É importante valorizar e preservar esse patrimônio urbano, garantindo que as calçadas continuem a desempenhar seu papel como espaços públicos significativos na paisagem urbana paulistana.