Diretórios nacionais do PL e do PT investem mais de R$ 217 milhões nas eleições municipais das capitais, superando recursos de outros 21 partidos.

Às vésperas do primeiro turno das eleições municipais, os partidos PL e PT surgem como protagonistas financeiros na corrida eleitoral pelas prefeituras das capitais brasileiras. Com um investimento total de mais de R$ 217 milhões provenientes do fundo eleitoral, as legendas de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva se destacam em meio aos demais 29 partidos do país, que terão menos recursos disponíveis para gastar durante o processo eleitoral.

De acordo com dados do sistema DivulgaCandContas, até o final de setembro, as principais apostas do PL e do PT estão concentradas na Região Sudeste, onde os candidatos receberam cerca de 50% do valor doado pelos diretórios nacionais das legendas. Guilherme Boulos, do PSOL, foi o candidato que mais recebeu recursos do PT, totalizando R$ 30 milhões para a disputa em São Paulo. Já o PL direcionou sua maior fatia para Alexandre Ramagem, que concorre à prefeitura do Rio e já recebeu R$ 26 milhões do fundo eleitoral.

Para analistas políticos, a disparidade entre os valores dos partidos pode levar siglas com menor poder financeiro a se unirem em torno de PL e PT. O cientista político José Álvaro Moisés, da USP, ressalta a importância de avaliar a eficácia do fundo eleitoral, destacando que a concentração de recursos por parte de algumas legendas pode distanciá-las das demais.

Um levantamento do Estadão demonstra que as candidaturas impulsionadas pelo diretório nacional do PL têm chances de chegar ao segundo turno em 15 capitais, enquanto os candidatos apoiados pelo PT têm chances mais reduzidas, com destaque para Fábio Novo, em Teresina, e Adriana Accorsi, em Goiânia.

Além das capitais, as regiões nordestinas também têm sido alvo dos investimentos do PL e do PT. Os repasses visam fortalecer candidaturas em locais historicamente mais favoráveis à esquerda, como é o caso de André Fernandes (PL) em Fortaleza e Natália Bonavides (PT) em Natal.

Em meio a essa movimentação financeira, questões sobre a distribuição dos recursos do fundo eleitoral e a influência dos financiamentos públicos nas eleições municipais são levantadas. Os resultados desse pleito podem indicar tendências para as eleições gerais futuras e refletir a busca pela sobrevivência partidária em detrimento da construção de um ambiente propício para políticas públicas no país.

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