Condenado por destruição do carro de Marielle Franco, acusado Orelha recebe sentença de cinco anos de prisão no Rio de Janeiro.

A Justiça do Rio de Janeiro proferiu uma sentença condenatória de cinco anos de prisão para Edilson Barbosa dos Santos, também conhecido como Orelha, pelo crime de destruição do veículo utilizado no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018. Orelha foi preso em fevereiro deste ano depois que investigações conduzidas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro confirmaram as informações apresentadas na delação do ex-policial militar Élcio de Queiroz, que dirigia o veículo de onde Ronnie Lessa, também ex-PM, confessou ter efetuado os disparos.

O advogado de defesa de Orelha, Felipe Souza, anunciou que irá recorrer da decisão, alegando que a sentença foi baseada apenas na delação de Élcio e que a pena foi exagerada, uma vez que seu cliente é réu primário. O juiz Renan Ongaratto, da 37ª Vara Criminal, ressaltou em sua decisão que a destruição do veículo dificultou as investigações, prejudicando a confiança da população nas instituições responsáveis pela aplicação da lei e pela manutenção da ordem pública.

De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especializada contra o Crime Organizado), Orelha teria obstruído e prejudicado as investigações ao desmanchar o carro em um local conhecido como morro da Pedreira, na zona norte do Rio de Janeiro. Além disso, o suspeito é apontado como conhecido de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, os supostos executores do crime contra Marielle Franco.

A Polícia Federal alega que a morte da vereadora teria sido encomendada pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, presos desde março deste ano. Segundo a Procuradoria-Geral da República, os irmãos teriam motivações políticas para o crime, devido às discordâncias com o partido PSOL, do qual Marielle fazia parte.

Além disso, o delegado Rivaldo Barbosa, que era chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro na época do crime, também é acusado de envolvimento no planejamento do assassinato. A PGR alega que ele teria fornecido orientações para a execução do crime com o intuito de dificultar sua resolução. Rivaldo Barbosa nega as acusações.

A condenação de Orelha representa mais um capítulo na investigação do brutal assassinato de Marielle Franco e continua a trazer à tona os detalhes complexos e sombrios desse crime hediondo.

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