Doutora pioneira na Índia revela os bastidores chocantes de sua carreira na medicina forense ao longo de três décadas

A renomada doutora Shirley Vasu, de 68 anos, é reconhecida por seu trabalho pioneiro na área de patologia forense, sendo premiada diversas vezes ao longo de sua carreira. No entanto, sua família ainda evita discutir detalhes sobre suas experiências, que envolvem a análise de corpos de pessoas que morreram de forma violenta, suspeita ou repentina.

Ao longo de três décadas, Vasu realizou cerca de 20 mil autópsias, lidando com corpos que variavam de embriões a indivíduos com quase 100 anos. Sua atuação como a primeira patologista forense do estado de Kerala, na Índia, é considerada uma história incomum nessa região do país, onde o estigma cultural relacionado à morte faz com que as mulheres evitem crematórios.

Uma das experiências marcantes da carreira de Vasu aconteceu durante sua pós-graduação, em 1981, quando foi incumbida de examinar os restos mortais de um garoto encontrado debaixo d’água, vítima de um assassinato. Esse foi apenas o primeiro de muitos casos que a médica enfrentaria ao longo de sua trajetória, lidando com mortes provocadas por acidentes, crimes e desastres naturais.

Durante suas autópsias diárias, Vasu realizava exames externos e internos nos corpos, coletando amostras de tecido para análises mais aprofundadas. Além disso, a médica se deparou com situações extremas, como abortos clandestinos, suicídios coletivos e casos de assassinato planejados para parecerem acidentes.

Com o avanço da tecnologia ao longo dos anos, Vasu testemunhou melhorias significativas nos métodos de investigação forense, como a implementação de autópsias virtuais realizadas por meio de tomografias computadorizadas. Apesar de ter se aposentado em 2016, a médica continua contribuindo para a área através do ensino em uma faculdade de medicina, refletindo sobre as complexidades e desafios enfrentados ao longo de sua carreira.

Do trabalho exaustivo no necrotério às mudanças na abordagem das autópsias, a história de Shirley Vasu revela não apenas a dura realidade da morte e da violência, mas também o impacto profundo que essa profissão tem na vida e na visão de mundo daqueles que a exercem. Uma perspectiva humilde e dedicada é o legado deixado por essa renomada patologista forense na Índia.

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