Após 25 anos, autor de massacre em cinema do Morumbi Shopping é libertado pela Justiça em decisão polêmica

O caso de Mateus da Costa Meira, que ficou conhecido por cometer um ataque em um cinema do Morumbi Shopping em São Paulo há 20 anos, voltou a ganhar destaque na mídia após sua recente liberação da prisão. Meira, que estava cumprindo pena no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Salvador, foi solto após decisão da Justiça baseada nas novas diretrizes da política antimanicomial.

O crime chocou a população em 1999, quando Meira, então estudante de medicina de 24 anos, adentrou a sala de cinema durante a exibição do filme “Clube da Luta” e abriu fogo contra os espectadores, matando três pessoas e ferindo outras quatro. Ele foi detido no local e posteriormente condenado a 120 anos de prisão, pena que foi reduzida para 48 anos e nove meses.

Após a solicitação da defesa e da Promotoria, em 2011, Meira foi considerado inimputável devido a um laudo que apontou que ele sofria de esquizofrenia. Recentemente, novos exames médicos e psicológicos foram realizados, os quais indicaram que o comportamento de Meira não demonstrava periculosidade, levando à decisão da Justiça de sua desinternação.

A decisão estabelece condicionantes para a liberdade de Meira, como a obrigação de seguir um tratamento em rede privada vinculada ao seu plano de saúde, manter bom relacionamento com amigos e familiares, e estar em recolhimento domiciliar noturno, além de proibições como portar armas e frequentar bares e festas populares.

Apesar da controvérsia em torno da liberação de Meira, o caso levanta questionamentos sobre o tratamento de indivíduos com transtornos mentais no sistema carcerário e a necessidade de políticas mais humanizadas para esses casos. A decisão da Justiça, baseada em avaliações técnicas, busca garantir a reinserção de Meira na sociedade de forma segura e controlada.

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