Morre aos 92 anos o renomado jornalista e escritor Sebastião Nery, figura de destaque na política e na imprensa brasileira.

O jornalismo brasileiro perdeu nesta segunda-feira (23) um dos seus grandes nomes, o jornalista e escritor Sebastião Nery, que faleceu aos 92 anos no Rio de Janeiro. Nery, natural da cidade de Jaguaquara, Bahia, foi um dos jornalistas políticos mais influentes durante a época da ditadura militar.

Com mais de 15 obras publicadas, Nery deixou um legado na imprensa brasileira. Ele iniciou sua carreira na década de 1950 em Minas Gerais e se destacou com sua coluna “Contra Ponto” na Folha de São Paulo, onde permaneceu por oito anos. Além disso, teve um programa diário na Rede Bandeirantes de comentários políticos e também escreveu para a Última Hora.

No cenário político, Nery foi eleito deputado estadual pela Bahia em 1963, porém teve seu mandato cassado em 1964 durante o regime militar. Mesmo após tentativas de reassumir o cargo, teve seus direitos políticos cassados e enfrentou períodos de prisão.

Uma de suas participações marcantes foi no Encontro de Lisboa em 1979, que tratou da reorganização do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) sob a liderança de Leonel Brizola. Nery acabou fundando o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e teve papel importante na política brasileira na década de 1980.

Nery foi ainda deputado federal, atuando como relator da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou o endividamento externo brasileiro e defendeu o retorno das eleições diretas em 1986. Ele também apoiou a emenda Dante de Oliveira, que propunha eleições diretas para presidente da República, e apoiou Tancredo Neves na Aliança Democrática.

Após sua expulsão do PDT e atuação no PMDB, Nery continuou sua trajetória no jornalismo, tornando-se uma figura crítica a Leonel Brizola. Sua carreira foi marcada pela coragem de denunciar a corrupção no Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Rio de Janeiro.

O velório de Sebastião Nery ocorrerá no Cerimonial do Carmo, bairro do Caju, zona portuária do Rio de Janeiro, das 8h às 10h, seguido de cremação. Sua morte deixa uma lacuna no jornalismo político brasileiro, mas seu legado permanecerá vivo através de sua obra e seu compromisso com a verdade.

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