Paresi de Campo Novo do Parecis defendem atividades econômicas em terras indígenas durante audiência no STF. Acesso a crédito é criticado.

Um grupo de indígenas da etnia Paresi de Campo Novo do Parecis, localizado no norte de Mato Grosso, participou de uma audiência no Supremo Tribunal Federal para defender o uso das áreas dos povos indígenas para a exploração de atividades econômicas, como a agricultura. A reunião aconteceu dentro do contexto da mesa de conciliação da Suprema Corte, que busca um acordo para a demarcação de terras indígenas.

Durante a audiência, o presidente da Cooperativa Coopirahama, Arnaldo Zunizakae, enfatizou a necessidade de políticas que promovam a capacitação e o turismo nas terras indígenas demarcadas. Segundo ele, a terra indígena deve servir não apenas para fins culturais e tradicionais, mas também para atividades econômicas coletivas. Zunizakae destacou que os Paresi cultivam cerca de 20 mil hectares por safra, o que representa 1,7% do território total da tribo, gerando uma movimentação anual de aproximadamente R$ 150 milhões a R$ 200 milhões com a colheita de 3 milhões de sacas de grãos.

No entanto, o presidente da Coopirahama também apontou as dificuldades enfrentadas pelos indígenas em acessar crédito oficial, como o Plano Safra, devido à falta de garantias reais e licenciamento ambiental nas áreas. Ele ressaltou que os indígenas não defendem arrendamentos ou parcerias externas nas terras demarcadas, mas sim a possibilidade de desenvolver atividades econômicas internamente e fiscalizar qualquer prática inadequada.

Zunizakae atribui a responsabilidade de resolver os conflitos de terras entre produtores rurais e indígenas ao Estado brasileiro, afirmando que nenhum indígena abrirá mão de seu direito à terra. Ele destacou a necessidade de políticas públicas que levem em consideração as particularidades de cada Estado para promover o desenvolvimento econômico de forma sustentável.

Em suma, a participação dos indígenas Paresi na audiência do Supremo Tribunal Federal evidencia a busca por soluções que conciliem os interesses econômicos e culturais das comunidades indígenas, destacando a importância de políticas que promovam o desenvolvimento sustentável e a autonomia dos povos tradicionais.

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