Peça teatral baseada em premiado livro aborda desafios da identidade e relacionamentos na era da hiperconexão e estreia em São Paulo

Na era da hiperconexão, onde a imagem muitas vezes é mais importante do que a essência, o desafio de se reinventar após um momento difícil se torna ainda mais árduo. A comunidade LGBTQ+ enfrenta esse dilema constantemente, onde a pressão para se encaixar em padrões muitas vezes inatingíveis é constante. Nesse cenário complexo, emerge a peça teatral “Diga que não me conhece”, adaptada do livro de mesmo nome escrito por Flávio Cafiero, vencedor do prêmio APCA de Literatura em 2021.

Em 2024, a dupla formada por Ester Laccava e Vinicius Aguiar traz a história de Tato, protagonista que busca se reerguer após um relacionamento fracassado. O espetáculo estreia no dia 1º de outubro no teatro Itália, localizado no centro de São Paulo. Aguiar, que interpreta Tato, destaca a natureza não linear da narrativa, mergulhando nas angústias e paranoias do personagem em um contexto de solidão e superficialidade nas relações.

A adaptação da obra de Cafiero para os palcos foi motivada pelo desejo de refletir sobre os desafios da atualidade, marcada pelas redes sociais, aplicativos de relacionamento e pela efemeridade das conexões interpessoais. Ainda, a peça busca enfrentar o preconceito contra a comunidade LGBTQ+, desejando sensibilizar e promover a conscientização sobre os direitos e dignidade dessa população.

Flavio Cafiero destaca o papel fundamental da arte, especialmente do teatro e da literatura, como espaços de resistência em meio à era digital. Para ele, mergulhar em uma obra teatral ou literária é um ato de resistência contra a fragmentação da atenção e a superficialidade das interações cotidianas. A diretora Ester Laccava expressa o desejo de que a peça possa impactar positivamente pelo menos uma pessoa da plateia, gerando reflexão e despertando empatia.

Os ingressos para “Diga que não me conhece” podem ser adquiridos via Sympla ou na bilheteria do teatro, com preços a partir de R$30,00. As sessões ocorrem às terças e quartas às 20h e aos domingos às 19h, com classificação indicativa de 16 anos. O espetáculo promete ser uma oportunidade de reflexão e sensibilização sobre temas tão relevantes nos dias atuais.

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