Segundo os pesquisadores europeus, as emissões deste ano estão se aproximando de valores semelhantes ao recorde de 2007, quando o país registrou 362 megatoneladas de carbono emitidas devido a incêndios florestais. Somente no mês de setembro, as emissões relacionadas ao fogo já alcançaram a marca de 65 megatoneladas, representando mais de 35% do total emitido ao longo do ano.
A situação no Amazonas e em Mato Grosso do Sul foi destacada como responsável por grande parte das emissões deste ano. Nessas regiões, as estimativas apontam para o maior volume anual de emissões de carbono dos últimos 22 anos de monitoramento, chegando a cerca de 28 megatoneladas e 15 megatoneladas, respectivamente.
O impacto desses incêndios tem sido considerado “fora do comum” pelos pesquisadores do Copernicus, que relatam temperaturas significativamente acima da média, anomalias de até 3°C e uma redução da umidade do solo em diversas regiões do Brasil e dos Andes. A fumaça resultante dos incêndios tem afetado a qualidade do ar em várias partes do país, inclusive em áreas não diretamente atingidas pelas chamas.
O aumento das emissões de carbono relacionadas às queimadas também foi destacado por outros levantamentos, como o do Ipam, que indica um aumento de 60% nas emissões de CO2 equivalente na Amazônia de junho a agosto. A decomposição da vegetação atingida pelos incêndios pode resultar em emissões contínuas nos próximos anos, perpetuando o ciclo de degradação e emissões de CO2.
Diante desse cenário preocupante, é essencial manter um monitoramento rigoroso dos incêndios e de suas emissões para minimizar os impactos negativos na qualidade do ar e no meio ambiente como um todo. A gravidade dessa situação exige ações urgentes e efetivas para proteger nossas florestas e combater as causas desses incêndios devastadores.