Tragédia de Ayotzinapa completa dez anos sem Justiça, enquanto México busca solução para desaparecidos e corrupção.

Na pequena cidade de El Pericón, localizada no estado de Guerrero, no sul do México, uma tragédia familiar se desenrolava sem que a matriarca da família, Dona Brígida, fosse informada. Aos 83 anos, Brígida vivia na parte dos fundos de uma casa, recebendo a visita frequente do filho e dos netos, até que um deles, Alexander Mora Venancio, desapareceu misteriosamente.

A família de Alexander ocultou a verdade da idosa, dizendo que o jovem estava ocupado com os estudos em Ayotzinapa, alimentando a esperança de que um dia ele se tornaria professor, um sonho acalentado por Brígida. A mentira bondosa se perpetuou até a morte da idosa, sem que ela soubesse a terrível verdade sobre o destino de seu neto.

Alexander era um dos 43 estudantes que desapareceram em 2014, chocando o México e o mundo. A busca por justiça e esclarecimento sobre o caso se arrasta há uma década, atravessando diferentes governos e sem um desfecho claro. A suspeita de conluio entre autoridades locais, cartéis de narcotráfico e forças de segurança permeia a investigação, sem provas suficientes para condenações.

Recentemente, a nova presidente, Claudia Sheinbaum, se reuniu com os familiares das vítimas, mas ainda não apresentou propostas concretas para resolver o caso. O México enfrenta um cenário de violência, corrupção e impunidade que desafia o governo a adotar medidas mais eficazes contra o tráfico de drogas e a corrupção, fatores que contribuem para a dor de milhares de famílias que buscam por seus entes queridos desaparecidos.

A saga de Alexander e dos 42 jovens de Ayotzinapa é um triste retrato da realidade mexicana, marcada pela violência e pela luta por justiça. Enquanto o país enfrenta o desafio de lidar com essa questão que persiste há mais de duas décadas, a esperança de encontrar respostas e garantir que tais tragédias não se repitam permanece viva na sociedade mexicana.

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