O psicólogo norte-americano Jonathan Haidt, autor do best-seller “A Geração Ansiosa”, aborda em sua obra dados alarmantes sobre os impactos negativos do uso excessivo de smartphones. Pesquisas apontam um aumento significativo nos índices de depressão, ansiedade, TDAH, automutilação e suicídio entre os jovens a partir da popularização dos dispositivos móveis, principalmente a partir de 2010.
Além disso, estudos internacionais, como a avaliação do Pisa, organizada pela OCDE, demonstram quedas no desempenho escolar e um aumento da distração dos estudantes em sala de aula associados ao uso dos celulares. No Brasil, pesquisas relatam um aumento nos casos de ansiedade entre crianças e jovens, com especialistas apontando o uso excessivo de smartphones como um dos principais fatores desencadeantes desse quadro.
Ainda que o banimento do celular em escolas seja uma medida recente, relatos de educadores e famílias indicam melhorias no aprendizado e na convivência escolar após a proibição. Estudos realizados no Reino Unido mostram que escolas que vetaram o uso do celular tiveram melhores resultados acadêmicos, com um aumento da classificação de “excelentes” pelos órgãos de fiscalização da educação.
Diante da diversidade de regras adotadas pelas escolas em relação ao uso de celulares, os desafios para a realização de pesquisas se multiplicam. Existem diferentes abordagens, como o banimento total ou parcial, o uso pedagógico permitido em sala de aula, entre outras variações, o que torna complexo avaliar os impactos destas medidas. No entanto, os dados e relatos existentes indicam que o debate sobre a regulamentação do uso de smartphones nas escolas é urgente e necessário para garantir um ambiente propício ao aprendizado e ao bem-estar dos estudantes.
