Amazônia enfrenta maior estiagem já registrada, provocando morte de botos e impactando comunidades ribeirinhas

A região amazônica sofre com a pior estiagem já registrada em sua história, o que tem causado sérias consequências para a fauna local. Recentemente, a carcaça de um filhote de boto foi encontrada em uma margem de um lago que está secando devido à diminuição do nível da água. Esta descoberta levou pesquisadores a investigar o impacto da alta temperatura da água, que vem aumentando à medida que o lago seca.

A situação é alarmante, pois já foram registradas mais de 200 mortes de botos ameaçados de extinção no lago Tefé, localizado no Amazonas, devido às condições adversas provocadas pela seca. Miriam Marmontel, chefe do projeto de pesquisa em mamíferos aquáticos amazônicos no Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, revelou que vários animais mortos vêm sendo encontrados diariamente, sendo a média de um por dia na semana passada.

Além disso, a proximidade entre populações humanas, especialmente pescadores, e os animais tem contribuído para o aumento das mortes. O encolhimento dos braços dos grandes rios da bacia amazônica tem deixado menos espaço para os botos em seu habitat natural, tornando-os mais vulneráveis a acidentes, como atropelamentos por embarcações que trafegam na região.

A pesquisadora ressalta que a temporada de seca ainda terá pelo menos mais um mês, o que significa que a situação pode se agravar. Comunidades ribeirinhas estão enfrentando dificuldades devido à falta de transporte, já que as águas estão muito rasas para a navegação dos barcos, e muitas casas que normalmente são flutuantes agora estão sobre o chão sólido.

Moradores locais, como Francisco Álvaro Santos, estão enfrentando uma realidade inédita, com suas casas não mais sobre a água. A água, essencial para a sobrevivência e mobilidade das comunidades ribeirinhas, se tornou um recurso escasso e precioso em meio a esta crise que assola a região amazônica.

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