Os trechos classificados como ruins somam 131 km, enquanto os trechos considerados péssimos totalizam 76 km. Essa evolução negativa na poluição do rio Tietê é reflexo da falta de tratamento adequado de esgoto nas áreas de cabeceira, onde a ocupação irregular tem crescido consideravelmente. A população em ascensão nesses locais contribui para o despejo de poluentes no rio, impactando diretamente na qualidade da água.
De acordo com Gustavo Veronesi, coordenador do projeto Observando os Rios, a estiagem prolongada na região nos últimos meses também tem contribuído para agravar a situação, uma vez que níveis menores nos rios diminuem a diluição dos poluentes na água. Para tentar reverter esse quadro, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo lançou o programa Integra, que visa melhorar a governança e implementar ações de curto, médio e longo prazo.
Entre as medidas propostas pelo programa estão a melhora no tratamento de esgoto, a retirada de sedimentos dos rios Tietê e Pinheiros, o desassoreamento e ações de educação ambiental. Com investimentos previstos de R$ 15,2 bilhões até 2026 e R$ 23 bilhões até 2029, o governo estadual se compromete a buscar soluções para superar o desafio da poluição no Rio Tietê.
A tentativa de recuperação do Rio Tietê tem como exemplo o Rio Sena, em Paris, que passou por um processo de reabilitação bem-sucedido e hoje se encontra em um estado muito mais favorável. Por meio de medidas de saneamento rigorosas, controle da poluição industrial, apoio a práticas agrícolas sustentáveis e reintrodução de espécies aquáticas, o Rio Sena se tornou um modelo de sucesso na recuperação de rios urbanos.
