Atualmente, especializado em biologia marinha e ecologia, Keltony dedica-se a estudar os efeitos de processos erosivos na biodiversidade, além de investigar como a urbanização está impactando a fauna das praias. Um dos aliados em suas pesquisas é o caranguejo maria-farinha, que tem se mostrado um importante indicador ambiental. No entanto, a ação humana tem provocado comportamentos estranhos nesses animais, como sua fatal atração pelo asfalto devido à confusão com luzes artificiais.
Outro exemplo de indicador ambiental mencionado por Keltony é o besouro-tigre Cylindera nivea, cuja presença em um ambiente intocado é um sinal positivo. No entanto, a dificuldade em encontrar essa espécie reflete a rarefação de ambientes preservados.
A pesquisa de Keltony também abrange outros artrópodes, além de investigar os impactos dos processos erosivos e da urbanização nas comunidades da praia. Seu objetivo é compreender a resposta das espécies a essas mudanças, identificando os mais afetados e os mais resilientes.
Apoiado pelo Instituto Serrapilheira e pela Faperj, Keltony destaca a importância de iniciativas que incentivam a pesquisa em ecologia, especialmente entre pesquisadores negros e indígenas. Sua jornada de vida, marcada por desafios e superações, o levou a se dedicar com afinco aos estudos e à pesquisa, enfrentando o preconceito e as dificuldades do ambiente acadêmico.
Além de sua atuação na ciência, Keltony também se engaja em projetos de extensão, como o Praia com Vida, que visa conscientizar a população sobre a importância dos ecossistemas costeiros. Sua paixão pela vida marinha e seu compromisso com a preservação ambiental o motivam a seguir adiante em suas pesquisas, buscando contribuir para o conhecimento e a sustentabilidade dos ecossistemas brasileiros.