Os usuários de ônibus, metrô e trem perdem em média duas horas e 47 minutos por dia em seus trajetos, o que representa um aumento de dez minutos em comparação com o ano anterior. Já os motoristas de carro tiveram um alívio, gastando atualmente duas horas e 28 minutos na soma de suas viagens diárias, 18 minutos a menos do que há um ano.
A pesquisa também revelou que houve uma inversão no cenário de desempenho entre o transporte público e o carro particular. Em 2023, os motoristas de automóveis passavam mais tempo no trânsito do que os usuários do transporte público, porém, atualmente a situação é mais comum o contrário.
Além disso, o tempo gasto no transporte público tem aumentado significativamente ano após ano, desde 2021. Em 2019, antes da pandemia de Covid-19, os passageiros do transporte coletivo levavam em média 20 minutos a menos para completar seus trajetos diários. A pesquisa alerta para a necessidade de investimentos no transporte público para reduzir problemas como congestionamentos, emissão de poluentes e desigualdade de acesso à mobilidade.
Segundo o engenheiro Sergio Ejzenberg, mestre em engenharia de transportes pela Escola Politécnica da USP, a demanda por transporte público na cidade é alta, porém a qualidade do serviço oferecido muitas vezes não é satisfatória. Isso tem levado uma parcela significativa da população a migrar para o uso de carros e motocicletas, agravando a situação do trânsito e da poluição do ar na cidade.
Diante desses resultados, é fundamental que haja uma maior atenção às políticas públicas de mobilidade urbana, visando a melhoria do transporte coletivo e a redução do tempo gasto nos deslocamentos diários dos paulistanos. A qualidade de vida da população e o meio ambiente da cidade dependem diretamente dessas medidas.