Jovem indígena é morto com tiro na cabeça durante retomada de terra em MS; suspeitas recaem sobre policiais militares.

No último dia 18 de junho, uma triste notícia abalou a comunidade indígena no Brasil. O jovem Neri Guarani Kaiowá foi brutalmente assassinado com um tiro na cabeça durante um processo de retomada na Terra Indígena Nhanderu Marangatu, localizada no município de Antônio João, no estado de Mato Grosso do Sul. As suspeitas recaem sobre policiais militares como os responsáveis pelos disparos que também feriram outros indígenas com balas de borracha e munição letal.

A situação começou a se deteriorar após a visita da Missão de Direitos Humanos organizada pelo Coletivo de Solidariedade e Compromisso aos Povos Guarani na região, o que teria desencadeado os ataques violentos. Os indígenas, que vivenciaram agressões nos últimos dias, reportaram os abusos ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi), denunciando a violência e a destruição de barracos durante a retomada.

O massacre resultou não apenas na morte de Neri, mas também deixou uma mulher ferida por projétil de arma de fogo, sendo encaminhada a um hospital em Ponta Porã. Outras duas pessoas foram feridas por balas de borracha. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) emitiu uma nota de indignação e afirmou que tomará medidas legais, acionando a Procuradoria Federal Especializada e o Tribunal Regional Federal da 3ª Região para garantir a punição dos responsáveis.

Segundo o governo de Mato Grosso do Sul, o conflito teria sido iniciado pelo grupo de indígenas que estaria armado e tentando invadir a fazenda. Porém, a situação se agravou nos últimos dias, resultando em confrontos violentos. O governo estadual informou que peritos estiveram no local para coletar informações e que um relatório será entregue em Brasília.

Ainda assim, a violência contra os povos indígenas é inaceitável e a Funai está mobilizando esforços para proteger os direitos e a segurança dessas comunidades. O Ministério dos Povos Indígenas e da Justiça e Segurança Pública foram questionados pela imprensa, mas não se pronunciaram até o momento. O caso de Neri Guarani Kaiowá serve como um alerta para a necessidade urgente de proteger e respeitar os povos indígenas no Brasil.

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