Entidade de defesa das religiões afro-brasileiras contesta decisão judicial de despejo por intolerância religiosa em Belém, no Pará.

O Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) tomou uma atitude firme ao recorrer ao Tribunal de Justiça do Pará com um habeas corpus solicitando a anulação de uma audiência que resultou no despejo de uma umbandista de sua própria residência em Belém. A mulher, denunciada por perturbação do sossego alheio devido a cultos religiosos, foi obrigada a firmar um acordo em que se comprometia a procurar um novo imóvel e a limitar suas práticas religiosas.

A situação, que ocorreu em outubro do ano passado, gerou polêmica e debate sobre questões de intolerância religiosa. O coordenador-executivo do Idafro, Hédio Silva Jr., ex-secretário da Justiça de São Paulo e advogado, ressaltou a ilegalidade e abusividade da transação penal imposta à umbandista, apontando para marcas de intolerância religiosa que resultaram no banimento da mulher de sua própria moradia.

Segundo Silva Jr., o acordo não respeitou os direitos da umbandista, que se sentiu pressionada a aceitá-lo sem o devido acompanhamento legal. O advogado destacou a inconstitucionalidade da pena de desterro, ressaltando que outras formas de restrição, como limitar os cultos aos finais de semana, seriam mais válidas. Ele prometeu tomar medidas legais contra a juíza e a promotora envolvidas no caso, classificando a sentença como racista.

Além do habeas corpus, o Idafro planeja contestar a audiência de conciliação perante o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A entidade busca garantir o respeito aos direitos individuais e a liberdade de crença religiosa, reforçando a importância de combater atos de intolerância e discriminação.

A atitude do Idafro coloca em evidência a necessidade de promover o respeito às religiões afro-brasileiras e combater situações de preconceito e violação dos direitos humanos. O caso em questão levanta questões relevantes sobre o papel do sistema judiciário na garantia da igualdade e da justiça para todos os cidadãos, independentemente de sua fé ou origem.

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