Segundo a investigação, o promotor teria mantido relações com pelo menos 20 presos do regime semiaberto, alguns dos quais seriam membros de facções criminosas. Uma petição apresentada ao Ministério Público alega que Tranin teria favorecido criminosos em suas atividades profissionais.
Em uma entrevista coletiva realizada junto com seus advogados, Tranin admitiu ter tido encontros de natureza sexual com detentos, mas ressaltou que esses contatos ocorreram em sua residência e mediante pagamento, negando qualquer envolvimento com atividades criminosas ou organizações ilícitas.
A defesa do promotor considerou como irregular o vazamento de informações sobre a investigação, que corre em sigilo, e questionou a decisão do CNMP de afastá-lo de suas funções. O Ministério Público do Acre optou por não se pronunciar sobre o caso.
A polêmica teve início após um boletim de ocorrência relatar que o carro de Tranin foi utilizado em uma tentativa de roubo em fevereiro de 2023. A defesa do promotor negou que ele tenha emprestado o veículo para a prática do crime e levantou questionamentos sobre a legalidade do vazamento de informações sigilosas.
Tales Fonseca Tranin é titular da 4ª Promotoria Criminal de Execução Penal e Fiscalização de Presídio desde 2019 e foi um dos responsáveis por negociar com os detentos durante uma rebelião no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, no ano passado. A situação continua sendo acompanhada de perto pelas autoridades competentes devido às repercussões desse caso inédito no cenário legal do estado.