Decisão do TRF-1 mantém júri popular para acusados dos assassinatos de Bruno e Dom, mas libera um dos réus

A 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, sediado em Brasília, proferiu uma decisão importante nesta terça-feira (17), ao manter o júri popular para dois dos três acusados pelos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. A determinação da Turma beneficia Oseney de Oliveira, conhecido como Dos Santos, que é irmão de outro réu no caso, Amarildo Oliveira, o Pelado. Além deles, Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha, também é réu nesse processo.

No ano passado, a Polícia Federal no Amazonas afirmou que os assassinatos tiveram um mandante, Ruben Dario da Silva Villar, o Colômbia, suspeito de liderar uma organização criminosa de pesca ilegal na região. O tribunal afirmou que não existem provas suficientes para acusar Oseney e rejeitou a denúncia do Ministério Público Federal contra ele.

O juiz federal Marcos Augusto de Sousa, relator do processo, destacou que a denúncia não trazia a descrição de uma ação desempenhada por Oseney, e que os disparos contra as vítimas foram feitos por barcos a motor, enquanto uma testemunha indicava que Oseney estava em uma canoa a remo, o que levantava dúvidas sobre sua autoria nos assassinatos.

A decisão de levar os réus a júri popular foi tomada em outubro do ano passado, quando a Justiça Federal do Amazonas reconheceu a existência de provas de materialidade dos homicídios e das ocultações dos corpos. Os réus foram denunciados pelo Ministério Público Federal como autores dos homicídios e da ocultação de cadáver.

Bruno e Dom foram assassinados em junho de 2022 numa emboscada quando retornavam pelo rio Itaquaí, na região da Terra Indígena Vale do Javari. De acordo com a acusação, o duplo assassinato foi cometido por pescadores ilegais e motivado pela atuação de Bruno contra a pesca ilegal na área indígena. A prisão preventiva dos réus foi mantida por decisões anteriores da Justiça, que considerou a comoção popular e a repercussão internacional do crime. Agora, Oseney deve ser solto devido à decisão do TRF-1.

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