Santos era um brigadista experiente e atuava na área desde 2014. Sua morte causou grande tristeza e indignação, sendo considerado um herói pelo presidente Lula. A morte de Santos trouxe à tona a dimensão humana de uma situação cada vez mais preocupante: o Brasil enfrenta a maior onda de incêndios florestais em 14 anos.
Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontam um aumento de 104% no número de focos de incêndio em relação ao ano anterior, totalizando 184.363 focos no país. O governo federal atribui esses números à seca extrema e à ação criminosa de grileiros e fazendeiros que utilizam o fogo para limpar áreas de floresta.
Os brigadistas, responsáveis diretos pelo combate ao fogo, enfrentam jornadas exaustivas e perigosas. Homens e mulheres relatam labaredas de até 20 metros de altura, ventos fortes e temperaturas extremas durante as ações de combate. O medo da morte é uma constante, mas a dedicação à preservação do meio ambiente e à proteção das comunidades indígenas supera os obstáculos.
A morte de Santos levanta questões sobre a segurança e a valorização dos brigadistas. Muitos deles trabalham por um salário mínimo, com riscos constantes à saúde e à vida. A falta de punição aos responsáveis pelos incêndios criminosos e a impunidade decorrente disso são fatores que contribuem para a perpetuação dessa crise.
A preocupação com as mudanças climáticas e a deterioração do meio ambiente tornam a missão dos brigadistas cada vez mais desafiadora. A presença de incêndios de proporções nunca antes vistas e a falta de preparo das autoridades para lidar com a situação revelam a urgência de medidas mais eficazes e um maior reconhecimento do trabalho desses profissionais. É tempo de olhar para os heróis anônimos que arriscam suas vidas para proteger a natureza e repensar a forma como lidamos com a preservação do meio ambiente.