A pesquisa clínica de fase 3, que avaliou 1.265 pacientes ao longo de cinco anos, comparou os efeitos da radioterapia padrão de cinco semanas com um novo regime “hipofracionado” de três semanas. Todas as mulheres participantes do estudo tinham câncer de mama que afetava os linfonodos, indicando que o tumor já havia se espalhado pelos gânglios linfáticos.
O estudo demonstrou que a eficácia da radioterapia mais curta era semelhante à do tratamento convencional para tumores localizados, mas ainda não havia evidências sobre a redução do número de sessões para casos de linfonodos afetados. A oncologista-radioterapeuta Sofia Rivera, chefe de serviço do Instituto Gustave-Roussy, explicou que, por meio de um aumento ligeiro na dose de radiação a cada intervenção, foi possível reduzir o tempo de tratamento sem comprometer a eficácia.
Segundo Rivera, a terapia hipofracionada resultou em melhores taxas de sobrevivência global, sem recidivas ou metástases, em comparação ao regime tradicional. A expectativa é de que o tratamento mais curto também seja oferecido a mulheres com câncer de mama que afeta os linfonodos, representando cerca de 30% dos casos da doença.
Além de melhorar a qualidade de vida das pacientes, a implementação da radioterapia mais curta pode contribuir para a redução da carga terapêutica e das listas de espera, permitindo um uso mais eficiente das máquinas de radioterapia. Com esses resultados promissores, a perspectiva é de avanços significativos no tratamento do câncer de mama e na qualidade de vida das pacientes afetadas.
