A Alemanha anunciou recentemente que enviou um pedido à Comissão Europeia solicitando o adiamento da lei que proíbe a importação de produtos provenientes de áreas desmatadas. Essa movimentação acontece em meio às negociações do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a UE, que é apoiado pela Alemanha.
O ministro alemão da Nutrição e Agricultura, Cem Özdemir, defendeu o adiamento da lei para 1º de julho de 2025, alegando que as empresas precisam de tempo para se preparar e que a entrada em vigor no final deste ano poderia causar colapso nas cadeias de suprimento.
Anteriormente, o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, já havia expressado sua preocupação com a falta de clareza em alguns pontos da legislação. Críticos da lei afirmam que ela impõe requisitos impraticáveis e burocráticos às empresas e produtores.
A lei antidesmatamento da UE foi aprovada no ano passado e tem como objetivo barrar a importação de produtos como café, cacau, soja, madeira, carne bovina, entre outros, provenientes de áreas desmatadas após dezembro de 2020. Empresas importadoras na UE serão responsáveis por rastrear suas cadeias de suprimento para comprovar a origem sustentável dos produtos.
O Brasil manifestou preocupação em relação à implementação da lei, temendo redução de exportações e aumento nos custos de produção. O governo brasileiro pediu à UE que reavalie a abordagem sobre o tema e considerou a legislação unilateral e punitiva.
Grupos ambientalistas expressaram preocupação com a possibilidade de adiamento ou simplificação da lei, destacando a importância de combater o desmatamento e proteger os ecossistemas. A discussão sobre o adiamento da legislação ainda está em curso, e novas decisões devem ser tomadas em breve.