Ao pedir indicação de dermatologista aos amigos locais através do grupo de WhatsApp, o protagonista se depara com um perfil no Instagram ao invés de um simples número de telefone. O que chama a atenção são as fotos da dermatologista sorrindo no sofá, mostrando a papada atlética e ofertando tratamentos estéticos, como o botox. Rapidamente, ele se vê imerso em um mundo de posts e stories que vendem procedimentos estéticos de forma quase que incessante.
Essa situação leva o protagonista a questionar se a dermatologista consegue conciliar sua rotina de influenciadora digital com sua prática médica, indo a congressos, fazendo especializações e tratando de pacientes de forma cuidadosa. A busca pelo sucesso nas redes sociais parece deixar em segundo plano o cuidado e a dedicação necessários em sua profissão.
Além da dermatologista, o protagonista também se depara com uma arquiteta que, antes mesmo de ser contratada, já está fazendo registros fotográficos e em vídeo do local que precisa de reforma. Essa ânsia por mostrar o “Antes & Depois” nas redes sociais parece ser mais importante do que o próprio trabalho em si.
Essas situações revelam uma pressão crescente para que profissionais de diversas áreas se tornem produtores de conteúdo e acumulem seguidores. A necessidade de se expor nas redes sociais e angariar milhares de views pode comprometer a qualidade do trabalho e desviar o foco do que realmente importa.
Diante desse cenário, cabe a reflexão: até que ponto vale a pena sacrificar a qualidade do trabalho em nome da exposição nas redes sociais? Cada caso é único e não há uma resposta absoluta. O que é claro é que, em meio a esse ambiente de competição virtual, é essencial preservar a essência da profissão e não deixar que a busca por likes e seguidores interfira na excelência do serviço prestado. Afinal, a verdadeira relevância está no cuidado com o cliente, paciente ou leitor, e não na busca incessante por reconhecimento digital.