A coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar, destacou a importância de compreender o que está sendo queimado no país, ressaltando que a maioria das áreas queimadas são de vegetação nativa, especialmente de biomas savânicos como o cerrado. Alencar também apontou que as áreas de pastagem correspondem a cerca de 34% do total queimado, com destaque para a região amazônica, onde o uso do fogo para renovação do pasto é mais comum.
Os estados mais afetados pelas queimadas em agosto foram Mato Grosso, Pará e Mato Grosso do Sul, sendo que São Paulo também registrou um alto número de áreas queimadas, principalmente em regiões agrícolas. O bioma mais atingido foi o cerrado, seguido da amazônia e do pantanal.
A pesquisadora prevê que o mês de setembro apresentará números ainda mais alarmantes, com a possibilidade de bater o recorde de queimadas de agosto. Alencar enfatiza a importância das condições climáticas para a propagação das queimadas, e ressalta a necessidade de combater o uso do fogo na agropecuária e em outras práticas, como a queima de lixo.
Diante da gravidade da situação, Alencar destaca a urgência em combater o uso indiscriminado do fogo, apontando que o governo sozinho não será capaz de controlar todos os incêndios. Ela reforça a necessidade de punir os responsáveis por incêndios criminosos e de conscientizar a população sobre os impactos devastadores das queimadas para o meio ambiente e para a sociedade como um todo.