Em janeiro deste ano, a Polícia Federal já havia comunicado ao Supremo Tribunal Federal o reconhecimento de indícios de desvio de recursos no caso da rachadinha. Na época, foram identificadas inconsistências nos depoimentos de assessores e ex-assessores do deputado, levando o órgão a pedir a quebra de sigilo bancário do parlamentar.
Além de enfrentar a Justiça, Janones também foi alvo do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que votou pelo arquivamento do processo de cassação contra ele em junho deste ano. O relator da ação, o deputado Guilherme Boulos (Psol-SP), argumentou que o fato em questão ocorreu antes do mandato parlamentar atual de Janones, o que justificava o arquivamento.
No entanto, mesmo com a decisão do colegiado, o arquivamento não exclui a possibilidade de um novo processo ser aberto contra o deputado, caso seja condenado pela Justiça após as investigações em curso. O inquérito no STF está sob a responsabilidade do ministro Luiz Fux, que abriu o processo em dezembro do ano passado após manifestação da PGR.
O caso de “rachadinhas” envolvendo André Janones veio à tona após a divulgação de um áudio em 2019, onde uma voz sugere que parte de seus assessores teriam seus salários aumentados para cobrir gastos de sua campanha para prefeito de Ituiutaba (MG) em 2016. O deputado nega as acusações, alegando que a situação não se enquadra como peculato.
