Segundo interlocutores, Lula gostou da ideia de antecipar o anúncio e tem sinalizado que planeja fazê-lo em Nova York, possivelmente em alguma reunião paralela sobre meio ambiente. Esta antecipação atende a diferentes objetivos propostos pelo governo. Um deles é criar um fato positivo para sinalizar à comunidade internacional que o Brasil está comprometido com a agenda climática, em um momento em que o país enfrenta a pior seca desde 1950 e uma onda de queimadas.
A crise das queimadas tem ofuscado os avanços do governo na área ambiental, como a diminuição do desmatamento na Amazônia e a estagnação dos índices no cerrado. Para responder a essa crise, Lula prometeu a criação de uma autoridade climática no país, uma de suas promessas de campanha em 2022. A presidência da COP é responsável por costurar as negociações climáticas e construir a agenda da conferência. Em Belém, o principal ponto das negociações deve ser a revisão do Acordo de Paris e das metas de redução de emissão assumidas pelos países.
Embora Lula já tenha definido o escolhido, o nome ainda é desconhecido. O diplomata André Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, é considerado favorito. Diferentes auxiliares, como Fernando Haddad, Marina Silva e Geraldo Alckmin, foram avaliados para o cargo. A COP em Belém é a grande aposta do terceiro governo Lula na área de clima, e a presença de visitantes na conferência na amazônia promete ser um marco significativo.