Os adolescentes passam por um momento crucial em suas vidas, em que estão construindo seus valores éticos e desenvolvendo empatia. No entanto, essa fase de transição pode torná-los mais suscetíveis a situações de risco, principalmente no mundo digital. Em uma entrevista exclusiva com a renomada hebiatra Jadi Pedrosa, especialista no acompanhamento da saúde de adolescentes no Piauí e na Bahia, discutimos a importância e urgência desse debate.
Segundo Jadi, mesmo com orientações sociais, escolares e familiares, os adolescentes ainda estão em processo de formação de seus valores éticos e muitas vezes carecem de empatia. O ambiente virtual, por sua vez, pode representar um espaço de riscos, dada a baixa capacidade desses jovens de compreender totalmente as consequências de suas ações. Por isso, a supervisão responsável é essencial, mesmo para os mais velhos, uma vez que seu senso crítico ainda é limitado. As redes sociais e a internet podem se tornar verdadeiras armadilhas para os jovens.
Além disso, a construção da autoimagem dos adolescentes em um ambiente repleto de filtros e padrões de beleza inatingíveis pode levar a sérios problemas de saúde mental, como dismorfia corporal e transtornos alimentares. Jadi ressalta a importância de proteger os jovens de representações estéticas irreais que impactam negativamente sua autoimagem.
As redes digitais também podem ser utilizadas como ferramentas de recrutamento por grupos extremistas, como no caso preocupante de um adolescente envolvido com neonazistas através de um jogo online. É fundamental adotar uma abordagem de segurança digital que leve em consideração a idade e o desenvolvimento dos adolescentes para proteger seu bem-estar online.
O debate sobre os desafios do uso da tecnologia na adolescência e os riscos do ambiente digital para o desenvolvimento dos jovens é urgente. A supervisão, o diálogo e o entendimento das armadilhas da internet são essenciais para proteger os adolescentes. A responsabilização não deve se limitar apenas aos produtores de conteúdo, mas também às plataformas que permitem sua circulação e àqueles que o disseminam. É preciso reconhecer os problemas e buscar soluções para garantir um ambiente digital seguro e saudável para os jovens.
