O proprietário da coleção é um caçador profissional suspeito de integrar um esquema de lavagem de dinheiro proveniente do garimpo ilegal de ouro nos estados de Mato Grosso e Pará. Segundo as investigações, esse esquema teria movimentado cerca de R$ 3 bilhões em quatro anos.
A operação realizada, chamada de Aqua Fortis, contou com a participação de cerca de 60 agentes da Polícia Federal e cumpriu nove mandados em São José do Rio Preto e São Paulo. De acordo com as autoridades, o esquema de lavagem de dinheiro envolvia empresários que atuavam no comércio ilegal de ouro através de empresas de fachada e laranjas.
A Justiça Federal determinou o bloqueio de bens dos investigados no valor de R$ 1,3 bilhão. Além dos animais empalhados, foram encontrados armamentos e munições de caça no local, que serão encaminhados à sede da corporação em São José do Rio Preto.
O Ibama está investigando a procedência dos animais empalhados e se o abate foi realizado de forma lícita nos países de origem, principalmente na região africana. Alguns dos animais taxidermizados encontrados são troféus de caça e possuem certificação de importação emitida pelo Cites, que regula o comércio internacional das espécies ameaçadas de extinção.
Os investigados poderão responder pelos crimes de extração e comércio ilegal de ouro, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A descoberta dessa coleção de animais empalhados levanta questões sobre a importância da fiscalização e combate aos crimes ambientais no Brasil.