STF mantém investigações de fake news, gerando polêmica sobre interpretação do foro especial para vítimas e agressores

O Supremo Tribunal Federal (STF) é responsável por interpretar a aplicação do foro especial para autoridades acusadas de crimes no Brasil. No entanto, é importante ressaltar que o foro especial não se destina às vítimas, mas sim às autoridades públicas. Recentemente, houve polêmica em relação ao caso do inquérito das fake news, onde agressores que atacaram integrantes do tribunal foram investigados no STF, mesmo não tendo direito constitucional ao foro.

A justificativa do STF para manter essas investigações na corte está fundamentada na interpretação do artigo 43 do Regimento Interno, que determina que o presidente do Supremo pode abrir inquérito para apurar infrações à lei cometidas na sede do tribunal. No entanto, essa interpretação não se aplica ao caso de Silvio Almeida, visto que ele não faz parte do Supremo Tribunal Federal.

Em 2018, o STF adotou uma interpretação restritiva em relação ao foro especial, limitando seu uso apenas às autoridades investigadas por atos praticados durante o exercício do cargo e em decorrência dele. Em decisão posterior, o tribunal ampliou esse entendimento, incluindo também pessoas sem direito ao foro que cometem crimes conexos aos praticados por autoridades com foro especial.

É importante ressaltar que no caso de Silvio Almeida, os supostos atos de assédio sexual não estão relacionados a nenhum crime cometido por autoridades com foro especial. Portanto, é necessário analisar se o cargo que ocupava como ministro de Estado potencializou essas práticas, a fim de definir a competência do STF para investigar o caso.

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