Outro destaque do festival foi o filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, que aborda o desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva durante a ditadura militar no Brasil. Esta obra recebeu o prêmio de melhor roteiro e trouxe à tona questões sobre governos autoritários e conservadores.
A temática predominante do festival girou em torno do combate ao progressismo de pensamentos e atitudes baseados no ódio. O filme francês “Jouer avec le Feu” abordou a presença de supremacistas brancos na França contemporânea, enquanto “Leurs Enfants Après Eux”, também francês, tratou do conflito entre jovens de origens diferentes.
Além disso, o papel dos imigrantes e a luta contra a xenofobia foram temas presentes em diversas obras premiadas, como “The Brutalist” e “Vermiglio”. A questão feminina também teve destaque, especialmente na defesa do direito ao aborto em obras como “April” e “Babygirl”.
O festival também trouxe reflexões sobre a idolatria a figuras carismáticas que pregam o ódio, como mostra o filme “Coringa: Delírio a Dois”. Em sua totalidade, a mensagem desta edição foi de resistência contra a intolerância e a extrema-direita, mostrando que a arte pode ser um importante campo de resistência nesses tempos conturbados.
Veneza reforçou, assim, sua relevância como um dos principais festivais de cinema do mundo, onde obras de grande impacto político e social são reconhecidas e premiadas. A diversidade de temas abordados e a qualidade das produções destacaram a importância do cinema como uma forma de expressão e resistência diante dos desafios do mundo contemporâneo.