Segundo relatos do copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva, minutos antes da queda, havia a presença de “bastante gelo” na aeronave, o que coincidiu com alertas sobre congelamento de partes do avião. A tragédia aconteceu apenas 57 segundos após o alerta do copiloto, registrando-se na caixa-preta a perda de controle da aeronave, que virou de um lado para o outro, chegando a realizar cinco voltas antes de atingir o solo.
O avião decolou de Cascavel (PR) com destino ao aeroporto de Guarulhos (SP) e estava sobrevoando São Paulo a cerca de 5.000 metros de altitude quando, repentinamente, fez uma curva brusca e iniciou a queda. O acidente, que ocorreu no condomínio Recanto Florido, bairro Capela, em Vinhedo, não causou danos a pessoas no solo.
Considerado o desastre mais letal no país desde 2007, o acidente da Voepass está sendo investigado pelo Cenipa em três etapas. A primeira envolveu o recolhimento de destroços e a identificação do local da queda. A segunda etapa, atualmente em curso, consiste na análise dos dados para identificar as possíveis causas do acidente, com foco no fator humano, operacional e material.
No entanto, a investigação do Cenipa não busca atribuir culpa a indivíduos ou empresas, mas sim emitir recomendações visando prevenir futuros desastres. Há expectativas de que o relatório final sugira novos parâmetros para a aviação regional, com aumento das exigências mínimas para operações comerciais.
Uma semana após o acidente, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) iniciou uma operação assistida da Voepass, exigindo que a empresa envie, em tempo real, todos os dados de operação de suas aeronaves. Com a tragédia ainda fresca na memória de todos, espera-se que as investigações possam trazer respostas e medidas que garantam a segurança e a prevenção de novos acidentes aéreos.