Advogado de candidato opositor na Venezuela denuncia Ministério Público aparelhado pela ditadura por não aceitar declaração de defesa

Na manhã desta quarta-feira (4), o advogado de Edmundo González, candidato da oposição nas eleições de julho na Venezuela, fez uma declaração bombástica em relação à atuação do Ministério Público venezuelano, que foi acusado de negar formalmente uma declaração de seu cliente. Segundo o advogado, o Ministério Público estaria aparelhado pelo regime chavista e se recusou a aceitar a argumentação de González sobre o motivo pelo qual ele ignorou três intimações para prestar depoimento.

Edmundo González, de 75 anos, recebeu uma ordem de prisão na segunda-feira (2) sob acusação de usurpação de funções, falsificação de documentos públicos e conspiração, entre outros crimes. O advogado de González, José Vicente Haro, revelou que o opositor está vivendo de “casa em casa” há um mês, sem divulgar seu paradeiro. A investigação que resultou nos crimes imputados a González foi baseada na divulgação online pela oposição de cópias das atas eleitorais que comprovariam a vitória do opositor.

Haro relatou aos jornalistas que foi à sede do Ministério Público em Caracas para apresentar a defesa de seu cliente, porém enfrentou dificuldades no processo. Ele afirmou ter esperado quase duas horas, sendo informado inicialmente que o documento não poderia ser recebido por falta de autorização correta e depois que o sistema interno estava fora do ar. O advogado destacou que outros registros foram aceitos enquanto ele estava lá e que não recebeu de volta a cópia da declaração que tentou entregar.

Diante dessa situação, Haro enfatizou que González não cumpriu as intimações devido às dificuldades enfrentadas para exercer sua defesa. Enquanto isso, o Conselho Nacional Eleitoral declarou a vitória de Nicolás Maduro nas eleições, sob contestação da oposição e de diversos países ocidentais.

Além disso, autoridades americanas informaram nesta quarta-feira que um militar dos Estados Unidos foi detido na Venezuela, sem dar detalhes sobre o ocorrido. A ordem de prisão emitida contra González gerou preocupação em países como Brasil e Colômbia, que expressaram sua posição contra a medida e buscavam dialogar com Maduro para resolver a situação.

Até o momento, o escritório do procurador-geral da Venezuela não se pronunciou sobre as acusações feitas pelo advogado de González. Vale ressaltar que, de acordo com a lei venezuelana, pessoas com mais de 70 anos não podem cumprir pena em regime fechado e devem cumprir prisão domiciliar. A situação de González permanece incerta enquanto o embate entre opositores e o regime chavista se intensifica.

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